Um olhar para além daquilo que se vê e muito perto do que a alma sente!
domingo, 30 de outubro de 2016
Furos de luz...
Foto by Luísa
Furou o nada, brilhou simples, singela e quente, furou! Tocou-lhe o rosto, atrapalhou-lhe o olhar, aqueceu o sorriso, invadindo-a... Sedosa chegada, quase em despedida, beijou-a levemente desenhando-lhe um novo traço dando-lhe um pouco do seu ar... Veio só por ela Só nela poisou o seu brilho E nela fez nascer um pouco de tudo, um muito de nada, deixando-a vazia... ...como a encontrara.
Se a imagem com o seu raio de luz é brilhante, o final do teu poema é muito bom ! Ora repara : E nela fez nascer um pouco de tudo, um muito de nada, deixando-a vazia... ...como a encontrara.
Sábado à tarde, na Avenida Marginal da minha existência, olho o longe, e a angústia aflora o horizonte, tão ténue e diáfana como um nevoeiro que parece desfazer-se e permanece. Olho e vejo os traços do teu rosto desenhados por raios de luz poente. A saudade envolve-me, lentamente, apodera-se do corpo e doma-o, apodera-se da mente, e adormece-a. Sou agora apenas um pedaço amorfo, uma sombra de mim, um retrato do passado. Os teus beijos percorrem-me, ouço a tua voz sussurrada em meus ouvidos. Como num sonho, embarco num horizonte de navios. Vejo continentes, mares, paraísos, lugares perdidos. Aporto a terras distantes, mercadores vendem pérolas, ofereces-me um colar, tocas-me a pele, ao colocá-lo. Acordo, subitamente acordada, o sonho terminou. Do convés do navio, olho o cais. As brumas dissiparam-se, e a realidade oferece-se sem pudor aos meus olhos: as pérolas eram falsas. JB
Se a imagem com o seu raio de luz é brilhante, o final do teu poema é muito bom !
ResponderEliminarOra repara :
E nela fez nascer um pouco de tudo,
um muito de nada,
deixando-a vazia...
...como a encontrara.
Um beijo muito amigo, Luísa.
Sábado à tarde, na Avenida Marginal
ResponderEliminarda minha existência, olho o longe,
e a angústia aflora o horizonte,
tão ténue e diáfana como um nevoeiro
que parece desfazer-se e permanece.
Olho e vejo os traços do teu rosto
desenhados por raios de luz poente.
A saudade envolve-me, lentamente,
apodera-se do corpo e doma-o,
apodera-se da mente, e adormece-a.
Sou agora apenas um pedaço amorfo,
uma sombra de mim,
um retrato do passado.
Os teus beijos percorrem-me,
ouço a tua voz sussurrada
em meus ouvidos.
Como num sonho, embarco
num horizonte de navios.
Vejo continentes, mares,
paraísos, lugares perdidos.
Aporto a terras distantes,
mercadores vendem pérolas,
ofereces-me um colar,
tocas-me a pele, ao colocá-lo.
Acordo, subitamente acordada,
o sonho terminou.
Do convés do navio, olho o cais.
As brumas dissiparam-se,
e a realidade oferece-se
sem pudor aos meus olhos:
as pérolas eram falsas.
JB
Gostei imenso do poema de JB, Luísa !
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