segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Velocidade zero

Desacelerou.
Acertou ritmos de vida,
aprumou as linhas da esperança
e projetou sonhos em "valsa lenta"!
Ali,
onde as ideias gravitam e
as memórias flutuam,
redesenhou o presente
e enlaçou o futuro num mar de pérolas!
Ali,
quando os olhos já piscam,
as mãos se consolam entre elas
escrevendo o dia, a hora...
...num poema ritmado de vida,
num roteiro lacrado de sonhos!

domingo, 29 de novembro de 2015

Domingo à noite

Respirou fundo,
olhou em seu redor,
percebeu o que ainda está por fazer...
...e suspirou!
Assim,
tão longamente,
que se percebeu o seu desassossego!
Calou-se,
de olhar parado,
como quem viagem para dentro de si,
sentando-se!
Quando ouviu o estalar da lareira,
quando sentiu o silêncio da casa,
quando todos o deixaram,
olhou por cima do ombro e repetiu:
estou cansado!
E assim continuou a sua lida,
por mais um dia!

sábado, 28 de novembro de 2015

Vem aí o tempo

Vem aí "o tempo"!
Tempo de desejos,
de família, de mimos projetados para cada um,
de em cada um projetarmos o Natal!
Vem aí o tempo de ter tempo,
dos olhares cruzados,
dos afagos não marcados,
da surpresa deixada no ar, reservada...
Vem aí "o tempo"...

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

AS

Pode o céu voar mais alto
Ou a rua ser estreita...
Pode o rio navegar para o mar
Ou o ar ser rarefeito...
Pode, até, a bruma mostrar a felicidade,
 que o sol esconderá as rugas do tempo!
Pode ser!
Poder ser sempre!
Pode ser nunca!
Pode ser!


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Torpedos de escrita

Distraiu-se a escrever e esqueceu a guerra!
Isso!
Usou o lápis e espalhou amor 
como se o papel fosse terra
e, na terra, as letras fossem gente!
Tratou-as bem. Muito bem!
Escreveu com vigor
marcou as linhas com carvão 
como se vincasse as letras no coração
e delas fizesse vida.
Distraiu-se e inventou armas,
subiu aviões e lançou o míssil da concórdia!
Virou a página.
Continuou na escrita limpando as armas
não se rendendo das batalhas...






domingo, 22 de novembro de 2015

Noite fria

Noite fria,
dança comigo o calor da vida,
o sabor dos dias por desgostar
a luminosidade da sombra,
o movimento do coração,
o pulsar...
...pelo menos enquanto não chega o calor do verão!
Noite fria,
abraça-me hoje.
Dança.
Embala...
Amanhã,
quem sabe,
aqueceremos o dia?
Assim, juntos, de novo,
numa noite fria!
Dança...



sábado, 21 de novembro de 2015

Voltas

...e, quando pensas, dói-te a alma!
O coração aperta na memória do que não fizeste
e repulsas o teu silêncio.
Recomeças.
Voltas a tentar.
Estás vazia de ti
sem referencias para andar!
Valores.
Desprende-te de valores.
Vai e avança
até não ter volta a dar!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Será sempre teu o meu amor

Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para guardares
e dele te alimentares em todos os teus dias!
Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para lembrares
que os "nãos" têm fundamento
e os "sins" são um novo alimento!
Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para conservares
e que nele preserves o teu "eu",
que fortalecido de ti
será em mim um exclusivo a amar!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Bom se...

Alheia-te de tudo
e
esquece o que ainda não viveste!
Respira fundo e senta-te,
o mundo não espera por ti,
é certo!
Mas, senta-te!
Se tens pressa, organiza-te!
Se te organizares,
 morrerá a pressa dentro de ti!
Quando a acalmia te invadir,
fecha os olhos, e vive!
Corre atrás e repousa.
Bom serão... 


terça-feira, 17 de novembro de 2015

medida do tempo


O dia acaba às 10h!
fecham-se as portas
apagam-se as luzes
desligam-se os sons
concentra-se a atenção no silêncio do ruído...
O dia acaba agora!
no fim das horas
no termo do tempo
no trajeto acabado
na rua escura fechada
percebendo passar o tempo já gasto!
O dia é tão comprido...





sábado, 14 de novembro de 2015

Sentimento de mim...

Sentimentos de mim,
de ti,
do mundo...
de quem olha e vê de perto.
Pulsares de revolta,
de ira ruborescida,
de raiva não escondida...
por tanta gente morta!
Pensamentos turbulentos,
atabalhoados,
atropelados em consciência,
num ritmo de vida evoluído no amor
sem perdão para as falhas...
Explosivos sentimentos
detonados no abraço da paz!


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Eternamente

Eternamente...
...é muito tempo!
 É sempre!
É ontem, hoje e será amanhã!
É o amor que chega e abraça
É o abraço que nos cola de afeto
É o mimo que se envia no envelope 
endereçado com sorrisos!
É tudo e nada!
É presença e ausência!
É olhar e fechar os olhos!
É fechar os olhos.
Eternamente, de olhos abertos!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Tempo de histórias

Esmagou o calor!
Anulou-o num banho frio de outono,
em água corrente de ideias!
Vieram em bardo,
eram muitas e alinhadas!
Atropelou o aquecimento!
Deixou-o fugir com as folhas caídas na rua!
E voaram.
Voaram varridas no momento
no tempo que veio em pranto
do chamamento de histórias!
Foram sentidas.
São vividas!
Serão redigidas
no frio que está para vir.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Histórias escritas ainda por ler

Na relva por ti semeada
pisam-se histórias firmes de alento!
Quanta horas ali sentada,
adivinhavas a direção do vento. 
Um dia fui tempestade, outro  brisa,
por vezes rajadas de sonhos,
com descidas à terra,
consciente!
E tu ouvias...
...orientavas!
Ensinavas o cheiro da terra
e alargavas o horizonte do olhar,
sorrindo!
Há mais histórias por ler
na memória por ti cultivada
e cuja vida encerrou...malvada!


domingo, 8 de novembro de 2015

Brilhos

De mãos dadas com a lua
olhou de soslaio o sol,
piscando o olho, encandeada!
Brilhou toscamente,
entre uma lágrima solta
e um sorriso franzido,
enrugando-se feliz no olhar!
Trouxe poesia...
...livrando-se dos textos encalhados
que respiravam bolor!
De mãos dadas com a lua...
vagueou entre os livros
lendo o luar à luz tosca do seu olhar!


sábado, 7 de novembro de 2015

Divagações

Há um rodopio doentio,
de recuo e avanço,
de ida e volta,
de danças paradas no tempo
do passo apressado que parou
no mundo calado, falador!
Há um fogo que iça o pranto
que laça a acalmia desassossegada
e
empurra a onda que parou, molhada!
Afogou a gargalhada
num rio sem lábios
onde o toque mergulhou no ser
ressuscitando o sorriso,
(sobre)vivendo!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Há flores no chão

Há flores no chão,
cheiros perdidos,
passos embrulhados em crepe
com laços de embaraço!
Há sons soltos no ar
vagueantes de matéria vazia
presos a olhares tremidos de pena!
Há tempo percorrido, gasto, 
achado no relógio de alguém
com minutos que correm sem passar!
Há espera
Há esperança
Há uma mão estendida que dá
e uma outra que te agarra
e respira!
Há flores no chão...



Regresso em fuga

Cheirinho cor de rosa, num canteiro regado de saudades!