domingo, 30 de outubro de 2016

Furos de luz...

Foto by Luísa

Furou o nada,
brilhou simples,
singela e quente,
furou!
Tocou-lhe o rosto,
atrapalhou-lhe o olhar,
aqueceu o sorriso,
invadindo-a...
Sedosa chegada,
quase em despedida,
beijou-a levemente
desenhando-lhe um novo traço
dando-lhe um pouco do seu ar...
Veio só por ela
Só nela poisou  o seu brilho
E nela fez nascer um pouco de tudo,
um muito de nada,
deixando-a vazia...
...como a encontrara.


3 comentários:

  1. Se a imagem com o seu raio de luz é brilhante, o final do teu poema é muito bom !
    Ora repara :
    E nela fez nascer um pouco de tudo,
    um muito de nada,
    deixando-a vazia...
    ...como a encontrara.


    Um beijo muito amigo, Luísa.

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  2. Sábado à tarde, na Avenida Marginal
    da minha existência, olho o longe,
    e a angústia aflora o horizonte,
    tão ténue e diáfana como um nevoeiro
    que parece desfazer-se e permanece.
    Olho e vejo os traços do teu rosto
    desenhados por raios de luz poente.
    A saudade envolve-me, lentamente,
    apodera-se do corpo e doma-o,
    apodera-se da mente, e adormece-a.
    Sou agora apenas um pedaço amorfo,
    uma sombra de mim,
    um retrato do passado.
    Os teus beijos percorrem-me,
    ouço a tua voz sussurrada
    em meus ouvidos.
    Como num sonho, embarco
    num horizonte de navios.
    Vejo continentes, mares,
    paraísos, lugares perdidos.
    Aporto a terras distantes,
    mercadores vendem pérolas,
    ofereces-me um colar,
    tocas-me a pele, ao colocá-lo.
    Acordo, subitamente acordada,
    o sonho terminou.
    Do convés do navio, olho o cais.
    As brumas dissiparam-se,
    e a realidade oferece-se
    sem pudor aos meus olhos:
    as pérolas eram falsas.
    JB

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