quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Brinde!

Estão prontas a rodar
as rolhas que selam o sabor a ti!
Rodam a estalar
para copos que cruzam por amor!
Há sorrisos no ar que borbulham,
salpicam,
dançam no tilintar  da hora
ao ritmo dos olhares que vagueiam
e se encontram entre si!
O brinde não espera por hora
e, por ora,
brindemos aqui! 
Tchim! Tchim!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Enamoramento pelas letras...

Não escreve o passado,
porque já passou!
Também não escreve o que está por vir,
porque ainda não passou!
Talvez saiba apenas escrever o que passa agora,
porque, nas pontas dos dedos, prende o presente!
Deita as palavras em folhas papel-de-arroz
e embala-as...
...salpicando-as entre tinta permanente e carvão,
pintando-as...
Enamorou-se delas,
namora com elas.
Pede-lhes a mão
e casa-se com elas!
Redige o romance,
num ensaio de lucidez enlouquecida.
Sente-se inebriada pela alcoolemia das palavras por escrever.


domingo, 27 de dezembro de 2015

Arrumações

Arruma a tralha do passado
em jeito de esquecimento saudável!
Arruma-a para o canto do sossego
como quem limpa a poluição do medo!
Limpa o que não aprecias,
esquece os lembretes vãos!
Se os escreves porque os lembras? 
Para tentar não falhar em nada?
-Falha e atropela-te, desde que não partas nada!
-Erra e corrige-te, desde que a lição valha a pena!
-Repete-te no sorriso, 
na doce tradição de ti em nós,
na memória mais pequena da alma,
no toque, no cheiro, na voz...
...na voz!
Entre a ternura da saudade do que eras
e
a lágrima que mora em mim pelo que és!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Hoje, em casa...

Hoje,
na sedução do tempo,
na alegria de abraçar quem chega,
na abertura da porta que sorri enamorada,
na certeza que a vida segue...sem espera!
Hoje,
quando à noite se programa o dia da grande véspera,
cai a lágrima com saudades de ti.
TU
que sempre fizeste de tudo 
um motivo para celebrar.
A TI,
um afago no cabelo que de seda se pinta,
um olhar nos teus olhos que de amor se preenchem,
um toque na pele que se enruga de encanto!
Hoje, em casa,
na tua casa de afetos,
na minha casa de mimos...


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Leitura de ti

Juro que te vi aluada,
de olhos perdidos na nudez do rubor que, envergonhado, te mostrou a tez!
Juro que te vi sorrir
das conversas não tidas
e do conluio sentido pelo silêncio!
Vi-te diferente,
de mãos quentes de dádiva
e abraços apertados de presentes.
Olhei-te cansada do dia...
...momentos de reflexão vago,
num vazio preenchido por ti!
Juro que te li.




quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Terra

No toque leve sentiste a humidade da terra!
Fria.
Escura.
Calada.
Assim,
terra esquecida lembrada de nada!
Quando lhe poisaste a mão, molhada,
mudaste o olhar, transtornada!
Porque tocas a terra quando as nuvens se chegam a ti?
Eleva-te ao céu e seca o chão,
porque no lançamento do teu olhar
vê-se o tamanho do sonho...ficção!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A forma de conjugar

Aprendi
recentemente
a forma de conjugar o verbo.
Poderia ser ignorar,
poderia ser esquecer,
poderia ser observar
e
aprender!
Aprendi
(somente ontem)
a oferecer,
a dar,
a partilhar,
a falar em discurso direto
o verbo 
cuidar.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Em fuga...

Na pacatez do frio,
enrola na manta o pensamento,
aquecendo os minutos do dia!
Levanta-se envergonhada,
estica-se espreguiçando os sonhos
que, por momentos, adormeceram!
Na pacatez do frio,
arrepia a vida, aquecendo as horas com alento!
Anda!
Começa devagar,
dá sinais de si ao acordar
e canta a alvorada!
Olhar o frio
arrepia-a de sorrisos
e impõe-lhe um sol que teima em não despertar!
Assim,
andando devagar,
pelo calor do dia...a terminar!



sábado, 12 de dezembro de 2015

Brilhos silenciosos

Assiste,
vê a cor cintilante do clima,
senta-te, 
agarra-lhe a magia e sonha...
Já pensaste na cor das estrelas
e no tom que darás ao céu quando lhe tocares?
Explosiva(mente), brilha.
tilinta o som dos teus toques
pois deles lembrarei ao regressar.
Gostaria que o sonho não parasse
e nele acordasse a brilhar.
Assiste!
Verás brilhos silenciosos a soprar


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Incerteza

ela mora só,
isolada na dúvida,
num local obscuro 
murado de (des)conhecimento!
fechou o circulo de amigos,
encerrou os sorrisos forçados,
despejou o som dos passos dados em falso
num qualquer balde de fastio!
deixou de acreditar nas certezas
agarrando-se às interrogações de si,
por si, para si!
ela mora só,
na incerteza do predicado
inscrito no verbo 
amar!



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Pintar a noite...

Senta-te!
Prepara-te para o barulho de cores 
com que pinto a noite!
Zássssssssssssss,
lancei o pincel à tela
que tão negra parecia!
Splashhhhhhh!
Surgiu um circulo branco-prata,
que de lua se vestia!
Füshhhhh!
Cintilantes espirros de tinta
se espalharam no céu:
-chamam-lhe estrelas!
Falta algo nesta tela!
Algo que lhe dê calor,
que na escuridão do inverno aqueça a rua,
que abafe os bafos dos mendigos,
que segure o deambular dos sem abrigo,
que na paleta da misericórdia
pinte a tela de outra cor!
Securas! Frescos por pintar
pinturas de sonho...





segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

De véspera...

De véspera,
sinto saudades de amanhã!
Do sorriso lido entre olhares,
das leituras oportunas,
 segredadas no toque de mãos!
De véspera,
lembro o que ainda não vivi
por saber que a viver
será para sempre...
...como vivi até aqui!
De véspera, sonho,
no toque de amanhã!

domingo, 6 de dezembro de 2015

Então, advento!

Tempo de dar,
de sorrir, 
de sentir a pele do outro, de si próprio sair...
...e (aju)dar!
Tempo de viver em paz,
de tocar o outro no olhar,
de ler os capítulos já escritos
e gravar o espelho da alma
na lombada do ser!
Assim,
tempo de viver na biblioteca dos afetos,
de etiquetar as prioridades de si para o mundo,
numa estante recheada de amor,
de ser livreiro de si mesmo,
pela diferença da leitura da vida!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Saudades

Não vejo como possível
a tua ausência de ti!
Moras tão longe!
Nada faz sentido.
Tento 
 colar o rotulo dos teus ensinamentos e eles
esvaíram-se na fuga da memória.
Sofro a perda dos conceitos
e neles me resguardo para aceitar
que em ti vive apenas amor
e no amor vivo para ti!
Preciso tanto de ti...



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Sei sim.

Encontrei a definição de mim!
Aquele conceito onde tudo cabe
e o fim só se encontra numa melodia doce!
A revelação do ser que se afoga nos nervos
e deixa de estar presente...
...ausentando-se de si e de todos!
Encontrei a concepção de um ser engenhoso,
complicado de si,
perdido de intuitos!
Encontrei um conceito!
Meramente uma explicação clara e breve,
de tudo e de nada!
Assim,
fica tudo por definir!


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Não sei quem sou

Não me procures aí
porque eu não estou!
Não me reinventes assim
porque eu não sou!
Não me pintes
porque eu não tenho cor!
Não me olhes nos olhos 
porque quando nos cruzarmos
vais perceber quem já não sou!

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Velocidade zero

Desacelerou.
Acertou ritmos de vida,
aprumou as linhas da esperança
e projetou sonhos em "valsa lenta"!
Ali,
onde as ideias gravitam e
as memórias flutuam,
redesenhou o presente
e enlaçou o futuro num mar de pérolas!
Ali,
quando os olhos já piscam,
as mãos se consolam entre elas
escrevendo o dia, a hora...
...num poema ritmado de vida,
num roteiro lacrado de sonhos!

domingo, 29 de novembro de 2015

Domingo à noite

Respirou fundo,
olhou em seu redor,
percebeu o que ainda está por fazer...
...e suspirou!
Assim,
tão longamente,
que se percebeu o seu desassossego!
Calou-se,
de olhar parado,
como quem viagem para dentro de si,
sentando-se!
Quando ouviu o estalar da lareira,
quando sentiu o silêncio da casa,
quando todos o deixaram,
olhou por cima do ombro e repetiu:
estou cansado!
E assim continuou a sua lida,
por mais um dia!

sábado, 28 de novembro de 2015

Vem aí o tempo

Vem aí "o tempo"!
Tempo de desejos,
de família, de mimos projetados para cada um,
de em cada um projetarmos o Natal!
Vem aí o tempo de ter tempo,
dos olhares cruzados,
dos afagos não marcados,
da surpresa deixada no ar, reservada...
Vem aí "o tempo"...

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

AS

Pode o céu voar mais alto
Ou a rua ser estreita...
Pode o rio navegar para o mar
Ou o ar ser rarefeito...
Pode, até, a bruma mostrar a felicidade,
 que o sol esconderá as rugas do tempo!
Pode ser!
Poder ser sempre!
Pode ser nunca!
Pode ser!


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Torpedos de escrita

Distraiu-se a escrever e esqueceu a guerra!
Isso!
Usou o lápis e espalhou amor 
como se o papel fosse terra
e, na terra, as letras fossem gente!
Tratou-as bem. Muito bem!
Escreveu com vigor
marcou as linhas com carvão 
como se vincasse as letras no coração
e delas fizesse vida.
Distraiu-se e inventou armas,
subiu aviões e lançou o míssil da concórdia!
Virou a página.
Continuou na escrita limpando as armas
não se rendendo das batalhas...






domingo, 22 de novembro de 2015

Noite fria

Noite fria,
dança comigo o calor da vida,
o sabor dos dias por desgostar
a luminosidade da sombra,
o movimento do coração,
o pulsar...
...pelo menos enquanto não chega o calor do verão!
Noite fria,
abraça-me hoje.
Dança.
Embala...
Amanhã,
quem sabe,
aqueceremos o dia?
Assim, juntos, de novo,
numa noite fria!
Dança...



sábado, 21 de novembro de 2015

Voltas

...e, quando pensas, dói-te a alma!
O coração aperta na memória do que não fizeste
e repulsas o teu silêncio.
Recomeças.
Voltas a tentar.
Estás vazia de ti
sem referencias para andar!
Valores.
Desprende-te de valores.
Vai e avança
até não ter volta a dar!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Será sempre teu o meu amor

Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para guardares
e dele te alimentares em todos os teus dias!
Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para lembrares
que os "nãos" têm fundamento
e os "sins" são um novo alimento!
Será sempre teu o meu amor!
Sempre teu para conservares
e que nele preserves o teu "eu",
que fortalecido de ti
será em mim um exclusivo a amar!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Bom se...

Alheia-te de tudo
e
esquece o que ainda não viveste!
Respira fundo e senta-te,
o mundo não espera por ti,
é certo!
Mas, senta-te!
Se tens pressa, organiza-te!
Se te organizares,
 morrerá a pressa dentro de ti!
Quando a acalmia te invadir,
fecha os olhos, e vive!
Corre atrás e repousa.
Bom serão... 


terça-feira, 17 de novembro de 2015

medida do tempo


O dia acaba às 10h!
fecham-se as portas
apagam-se as luzes
desligam-se os sons
concentra-se a atenção no silêncio do ruído...
O dia acaba agora!
no fim das horas
no termo do tempo
no trajeto acabado
na rua escura fechada
percebendo passar o tempo já gasto!
O dia é tão comprido...





sábado, 14 de novembro de 2015

Sentimento de mim...

Sentimentos de mim,
de ti,
do mundo...
de quem olha e vê de perto.
Pulsares de revolta,
de ira ruborescida,
de raiva não escondida...
por tanta gente morta!
Pensamentos turbulentos,
atabalhoados,
atropelados em consciência,
num ritmo de vida evoluído no amor
sem perdão para as falhas...
Explosivos sentimentos
detonados no abraço da paz!


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Eternamente

Eternamente...
...é muito tempo!
 É sempre!
É ontem, hoje e será amanhã!
É o amor que chega e abraça
É o abraço que nos cola de afeto
É o mimo que se envia no envelope 
endereçado com sorrisos!
É tudo e nada!
É presença e ausência!
É olhar e fechar os olhos!
É fechar os olhos.
Eternamente, de olhos abertos!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Tempo de histórias

Esmagou o calor!
Anulou-o num banho frio de outono,
em água corrente de ideias!
Vieram em bardo,
eram muitas e alinhadas!
Atropelou o aquecimento!
Deixou-o fugir com as folhas caídas na rua!
E voaram.
Voaram varridas no momento
no tempo que veio em pranto
do chamamento de histórias!
Foram sentidas.
São vividas!
Serão redigidas
no frio que está para vir.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Histórias escritas ainda por ler

Na relva por ti semeada
pisam-se histórias firmes de alento!
Quanta horas ali sentada,
adivinhavas a direção do vento. 
Um dia fui tempestade, outro  brisa,
por vezes rajadas de sonhos,
com descidas à terra,
consciente!
E tu ouvias...
...orientavas!
Ensinavas o cheiro da terra
e alargavas o horizonte do olhar,
sorrindo!
Há mais histórias por ler
na memória por ti cultivada
e cuja vida encerrou...malvada!


domingo, 8 de novembro de 2015

Brilhos

De mãos dadas com a lua
olhou de soslaio o sol,
piscando o olho, encandeada!
Brilhou toscamente,
entre uma lágrima solta
e um sorriso franzido,
enrugando-se feliz no olhar!
Trouxe poesia...
...livrando-se dos textos encalhados
que respiravam bolor!
De mãos dadas com a lua...
vagueou entre os livros
lendo o luar à luz tosca do seu olhar!


sábado, 7 de novembro de 2015

Divagações

Há um rodopio doentio,
de recuo e avanço,
de ida e volta,
de danças paradas no tempo
do passo apressado que parou
no mundo calado, falador!
Há um fogo que iça o pranto
que laça a acalmia desassossegada
e
empurra a onda que parou, molhada!
Afogou a gargalhada
num rio sem lábios
onde o toque mergulhou no ser
ressuscitando o sorriso,
(sobre)vivendo!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Há flores no chão

Há flores no chão,
cheiros perdidos,
passos embrulhados em crepe
com laços de embaraço!
Há sons soltos no ar
vagueantes de matéria vazia
presos a olhares tremidos de pena!
Há tempo percorrido, gasto, 
achado no relógio de alguém
com minutos que correm sem passar!
Há espera
Há esperança
Há uma mão estendida que dá
e uma outra que te agarra
e respira!
Há flores no chão...



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Texto 1

Alienação do real,
separação do comum
num mundo vulgar...
diferente!
Cores já pintadas,
textos já lidos,
ideias repetidas de valores...
embolorados!
Olhares recheados,
visões de memória
da sabedoria crescente...
de outrora!
Sentimentos vãos,
ditados no ar
sem rima nem verso...
mas pejados de vida,
cansada e tardia!






quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Mudança

Muda o tempo
e a cor do vento!
Tudo muda,
muda tanto,
muda a rotina
que brada em pranto!
Sirvam-me cognac,
tragam cálices de licor,
encham-me de golos de amizade
para inebriar a lucidez do tempo!
Passou.
Tudo passou,
menos a ressaca do que em mim ficou!


  

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A ti, João!

"A escrita acabou.
Ficam os textos por dizer."

Lês nas entrelinhas
linhas já escritas
decifradas sem código.
Se daqui arranca um novo texto...
Se daqui sai uma nova vaga...
Se virão ensaios de prosa 
rimados com inspiração...
Se...valorizas uma frase...
...então prometo voltar.
Voltar sem acordo!
Apenas prometo voltar
com letras de outono
embrulhadas no sono das folhas caídas!



domingo, 25 de outubro de 2015

Escrita não ditada...

A escrita está perra,
vazia, oca, seca de química a narrar!
Falta o sentimento da cor,
o cheiro do sonho,
ou, tão somente, a visão das coisas não feitas!
A escrita...
... aquela doce delicadeza,
do sabor quente sentido 
do trago a pimenta não incluído...acabou!
A escrita acabou.
Ficam os textos por dizer.
  

domingo, 11 de outubro de 2015

Tempo presente

A cor do dia acinzentou!
Escureceu o barulho do verão,
iluminando, lusco-fusco, 
a brisa silenciosa na queda de folha!
Ouve-se, ao longe, a azáfama das colheitas,
das vozes que as uvas cortam,
a ligeireza no despir das espigas
e dos pulos quentes das castanhas.
Sente-se no ar o tempo que muda
na mudez da metamorfose da lua!
Sinais do tempo presente
num presente embrulhado de futuro!

domingo, 4 de outubro de 2015

Ando...andando!

Ando a ver sem olhar...
...aquela árvore que dança sem parar
e o vento que assobia ao passar!
Ando a sentir sem tocar...
...aquele corpo cansado de caminhar
e a voz calada perdida no olhar!
Ando ouvinte do silêncio...
...da voz repetida que não cansa de perguntar
e da mão meiga que fala ao abraçar!
Ando andando...
...caminhante no presente,
sem pressa de avançar!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Perdido no tempo...

foto by Luísa
Fechou o olhar sobre a bruma
abriu o pensamento ao silêncio
e resvalou sobre o olhar livre no horizonte!
Repousou.
Parou.
Sentiu a perda do que fez,
mudou a certeza do que ficou por fazer
e tentou fazer o novo.
Esta foi a certeza que pairou...
...sem tempo de voltar atrás!



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Tertúlias de escrita

Prometo escrever um conjunto de palavras que misturam as línguas e que te silenciem ao querer enervar-me!
Talvez tentar escrever um poema que não caiba nos caixilhos das paredes e que não possamos mostrar ao mundo!
Prometo escrever desde a tela alinhada até ao vidro esculpido.
Escreverei um poema para guardar nas paredes do coração com a chave do olhar. 
Será um poema a dizer-te o quanto gosto do galanteio, das flores do campo e dos ramos de centeio!
Um poema escrito em traços de licor bebido, no calor da família, numa tertúlia de promessas falhadas!
Prometo escrever sobre tudo e sobre nada
se me prometeres ferver o poema em calda de açúcar e barrá-lo a cacau!
Teremos a promessa cumprida do mais doce texto de amigos que não se entendem, conhecendo-se!
Será o poema da memória da voz,
do olhar seguro por acanhado,
do dia em que te conheci no resgate de fracos livros por editar!
Tertúlias de escrita...

domingo, 13 de setembro de 2015

ASAS

foto by Luísa

Levanta voo,
Sonha plano...elegante!
Contrasta comigo berrante,
 poisada em terra firme, constante!
Anda, levanta voo, também,
segue o sonho, abre asas e vai...
...assim, simplesmente tu,
num voo sereno de mar,
onde o céu, planado de imensidão,
é o teu limite!
Voa numa nova canção!


sábado, 12 de setembro de 2015

Nada

..................
Nada me apetece,
hoje...
...somente ouvir a cabeça trabalhar, 
deixá-la arrumar a engrenagem,
sem importunar!
Nada consigo ver, 
do passado...
...uma queda brutal do telhado,
um choro maroto amarrotado,
as feridas abertas em todo o lado!
Nada prevejo,
amanhã...
...o sonho acabado por gasto,
o delírio em silêncio cansado
e um sorriso no rosto,
moderado!
Nada!
Hoje, ontem e amanhã,
nada!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Tu

foto de JOÃO MENÉRES; www.grifoplanante.blogspot.pt

Vi-te diferente!
Sorriso leve como sempre,
histórias de vida contadas,
recontadas, revistas em pormenor,
como se delas fizessemos parte, eternamente!
Vi-te feliz!
Protetor e protegido,
(e)namorado fiel e bom amigo,
braço direito e esquerdo,
desmembrado se preciso!
Mas, olhei-te de perto,
encontrei-te emocionado,
olhar longínquo,
pensamento distante...
...rendido!
Quantas voltas mais dará a vida?




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Eternamente

Eternamente 
é muito tempo
é tempo ainda não vindo,
momento ainda não vivido,
sentimento eterno do que está por vir!
Eternamente,
é, além de tudo, 
para tudo passar na origem do ser
desejando a sintonia do futuro!
Eternamente é hoje.
Eternamente...


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Moro por aí...

Moro no céu da loucura,
na residência da ilusão madura,
da porta aberta, por entrar!
Moro no delírio encantado,
na experiência imaginária do sono
ainda por acordar!
Moro na ciência sábia,
na cultura arrebatadora d´alma,
na religião que acalma!
Moro na vida...
...onde habita o sonho a realizar!
Sim,é por aí que moro!

Chega a hora

Chega a hora em que se vê tudo turvo,
alegremente desfocado,
num sentido orientador...trocado!
Chega a hora em que os olhos piscam,
o sono empurra a vida
e o estudo perturba.
Chega a hora não escolhida,
colhida sem tempo
e sem seleção...
Chega a hora,
sem hora para contar o tempo.
Fico por aqui, por agora!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Setembro escreve-se regresso...

Setembro escreve devagar
a sintonia dos sorrisos de regresso
e a vontade de voltar!
Setembro canta baixinho
melodias trazidas na memória do tempo
e da vida que acaba de passar...
Setembro abraça apertado
laça a saudade de um presente passado
num único luar...
Setembro é eternidade!

sábado, 1 de agosto de 2015

A gosto

Entra a gosto,
senta nos dias de repouso
e saboreia o som das flores!
Quantas cores sente o verão?
Mais que os dedos de uma mão,
menos que o ritmo do coração...
Anatomia do tempo,
ritmos de acolhimento,
saberes de sabores de vida,
assim,
num novo momento!
Agosto...

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Tempo

De sóbrio momento enluarado
a extasiado tempo iluminado...
...sonha a rua,
sorri a estrada,
aperta o muro
que não vale nada!
Lúcido andar,
corrido no tempo,
passada segura...
...sem nenhum lamento.
Assim corre o relógio,
sóbrio enluarado,
extasiado!
Tempo!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Prometi falhar...

Prometi guardar as palavras,
deixá-las repousar num sono lento de não leitura!
Prometi ser do mundo, 
 nele plantar uma árvore no jardim!
Prometi pensar antes de agir,
sendo certa quando intrusiva,
sendo querida quando errada!
Prometi ir e voltar,
deixar um sinal de mim...
...e falhar!


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sempre que...

Sempre que o céu escurece
e a luz se embrulha no brilho,
há um sinal de recuo 
e avanço seguro no trilho!
Sempre que a lua se vira 
e apaga a claridade do sonho
há um olhar sereno
 na noite que deita as estrelas!
Sempre que recuas e avanças,
sempre que mostras e escondes,
há uma aroma no ar
que de ti cintila e espalha!
Sempre que partilhas, silenciada,
a etiqueta do amor vem pregada
na lapela da melhor jaqueta do ser!
Assim, como só tu saber (a)parecer


sábado, 13 de junho de 2015

Avanços

foto by Luísa

Pararei por aqui,
pelos trilhos das linhas não escritas
e das palavras repetidas nos textos!
 Não direi mais do que aquilo que disse
nem calarei menos do que o que não falei!
Pararei por aqui,
entre a experiência de uma redação
e a letra corrida de um não-ditado!
Pararei por aqui...
...até amanhã! 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Quando...


Quando o jardim chilreia
e a relva voa presa ao vento...
Quando o verde sorri
e as nuvens baixam o calor...
Quando o verão se anuncia
e as ruas se movimentam de alegria...
...há sinais do tempo em ti,
e por ti espera o tempo, docemente!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Ideias

Adormecer o sonho,
dar-lhe a cor do adiado
e o tom pastel, apagado!
Chama-lhe saudade,
ou inventa-lhe um nome ainda não dado...
Adormece na vontade apagada
no afago presente de mão dada!
Esquece o sonho.
Ele vive por si só
num tempo ido, passado...

quinta-feira, 4 de junho de 2015

És...sem ser...



"És o vento que vejo e não posso tocar...
És a chuva que me molha e não posso apanhar...
És o dia que apenas termina na noite..."
-Porque me sentes vento, chuva, dia?
Se vento, sou mais ventania...
Se chuva, meto mais água que o rio...
Se dia, suporto nos ombros a claridade da lua!
"Assim, simples pelo teu olhar...apenas me fazes sentir pessoa!"
Se te faço sentir pessoa
En~toa vou fustigar o ar,
Chover das nuvens sem parar
As ruas vou clarear...
...sentindo luz no caminhar!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Laços e abraços, no dia Mundial da Criança

foto by Luísa
Gosto de mãos,
de sinais que me tocam nos olhos
e fazem sentir especial!
Gosto que me abraces com os dedos
e entrelaces as tuas certezas nas duvidas por descobrir!
Gosto de te ver segura,
de perceber a cor do sorriso
e banhar-me na tua paleta de emoções!
Gosto do nosso laço,
do abraço intemporal...
...que me acolhe e recolhe em todos os  momentos!
Amar-te é mesmo isto:
- dar-te a mão da liberdade!



sexta-feira, 29 de maio de 2015

Epilogo

Arde, em fogo lento, apressado de queimar,
em conto, narrativa, prosaico saber de arder...
Arde!
Pinta a tela ao escrever de carvão que,
 de sede para apagar,
surra a parede ao passar!
Deixa o cheiro a lenha ardida
marca o livro por onde passas
e deixa por paginar!
Epilogo de sexta...
...às 11.




quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ondas...

Passou a onda...
...rebentou na praia da ilusão!
Perdão,
haverá nova maré,
nova lua de cumplicidades,
renovadas vontades de maresia!
Passou a onda...
...enrolada na maré da felicidade,
bebeu da luz da lua 
e ceou à espera ao sol.
Passou a onda...
...afogada de emoções!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Começo

foto by Luísa - Amanhecer

Começa como o dia, devagar!
Surge no tempo assim, lentamente!
Inicia a certeza da tua dúvida
arriscando despertar, serenamente!
Começa como o dia...
a acordar!
Começa pausadamente, devagar,
num momento só teu,
com tempo de sonhar!

domingo, 17 de maio de 2015

Leituras

Inicia a escrita,
arranca os  vocábulos que aprisionas,
liberta-te das frases que guardas,
deixando-as vaguear na página que viras!

Assegura-te do vento,
não deixes que ele te vire as folhas,
ampara-te no sol e redige amarada 
nas ondas que te trazem o mar!

Sente o céu,
que de azul se escreve,
nele deixando o texto do sonho...

Percebeste a história?
(A)guarda a sua leitura.
Talvez a redação não seja tua...


Regresso em fuga

Cheirinho cor de rosa, num canteiro regado de saudades!