sábado, 7 de março de 2009

Água doce que levas...


Do varandim eu vejo a água doce a correr...
leva vida, leva amor, leva tudo o que eu quiser
Este rio de águas calmas, tem vontade de falar
É um amigo que não tem horas, que passa mas teima em ficar
Deixa ao seu passar, o convite para lhe escrever
Ofereço-lhe os tumultos da alma, que leva sem devolver.
Inspira momentos únicos, de leitura na sua margem
Inscrevo na sua ondulação o desejo,
A vontade do ainda não conseguido.
Tornou-se um confidente, um amigo conselheiro
onde afogo as tristezas e baptizo as alegrias!
Vai sereno até à foz, carregado de esperança,
De entragar ao oceano tudo o que carrega,
sem guardar qualquer lembrança!

6 comentários:

  1. Cara Luisa,
    As águas do rio só são calmas ocasionalmente, por curtos espaços. Costumo indicá-lo como um poço de ciência e de exemplos para a nossa vida. O rio tem um objectivo e age em cada momento e local com uma lógica e coerência irrepreensíveis. A água desce sempre e, quando encontra um obstáculo, actua correctamente, sem exaltação, sem esquecer o objectivo. Se o não pode vencer, contorna-o ou espera para acumular força e depois arrastá-lo ou passar por cima. As curvas que dá no seu trajecto são de uma coerência extraordinária sempre na busca do caminho de maior declive, da cota mais baixa, do caminho mais fácil e rápido.
    Também, na nossa vida real, não há viagens em linha recta, é preciso ajustar a rota a cada momento. Repare que o volante do carro poucos segundos se mantém sem rodar para um ou outro lado, mesmo que seja muito pouco. Nós também temos de ajustar a nossa acção às circunstâncias. Para isso temos inteligência.
    A «inconstância» é prova de inteligência, de vida. Mau será quando tivermos de a perder num lar de velhinhos, sem consciência do mundo à volta. Por enquanto vivamos a vida e sejamos felizes.
    A água, quando entra em acalmia e parar, transforma-se num pântano pútrido e mal cheiroso. Nós também não devemos recusas a evolução, a mudança, a condução da vida por entre os condicionamentos que a
    dominam.
    Beijos
    João Soares
    A. João Soares

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  2. Luisa,

    que delicado este poema... a confidência entregue às aguas do rio que a levam em esquecimento às águas do mar!

    Beijos, querida, e obrigada por teu comentário carinhoso no Infinito Particular!

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  3. "...Vai sereno até à foz, carregado de esperança,
    De entregar ao oceano tudo o que carrega,
    sem guardar qualquer lembrança!"

    Muito bom, sereno e profundo!

    Beijinhos,
    Ana Martins

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  4. Um lindo poema, no murmurar das águas que correm, vão junto as folhas soltas, assim como no rio da nossa vida, as aguas se esvaem levando com elas um pouco de nós a cada dia...
    um abraço

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  5. Querida amiga Luísa, como sempre sua doçura transborda em seus textos. Adoro vir aqui te visitar.
    Um grande beijo no seu coração e parabéns pelo Dia da Mulher, pois você é digna de reverência e admiração, tamanha a força e o amor que te embalam!
    Adoro você!

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  6. Linda Lú.
    Poema cheio de carinho.
    As águas parecem calmas...
    Para salvar peixes e plantas de água doce...é alimentada de água salgada e água doce...
    grande abraços.

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