sábado, 24 de janeiro de 2009



Hoje surpreendeste-me!

Tocaste à campainha e choravas compulsivamente,

Pedias uma ajuda financeira escondida na vergonha!

Trazias o cabelo ripado, as orelhas em ferida.

Tinhas um discurso coerente e não mostravas fome.

A tarde começou a arrefecer e já programavas prenoitar na urgência do hospital.

"Lá é sempre quentinho." Dizias lavada em lágrimas.

Mostraste dor pela perda recente de um filho que te defendia sempre.

Choravas de raiva ao falar de uma filha que não te acarinha.

Levaste comida e uma ajuda para o gás.Mas levaste para onde?

Onde andas tu, mulher de terceira idade, lavada em lágrimas e em grande sofrimento de alma?

Tenho todos à tua procura...Por favor, não deixes que te magoem.

Esta é uma história real de abandono na terceira idade.

8 comentários:

  1. Querida Luísa,
    os teus textos lindos ajudam-na a sentir-se melhor!
    um beijo! ...

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  2. .tenho um selo troféu para ti no meu blog...beijinhos

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  3. Esta mensagem arrepiou-me

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  4. Cara Luísa,
    Sem dúvida arrepiante, mas mais ainda quando pensamos que não é um caso único. Pessoas para quem a vida nunca sorriu e, no fim, piorou.
    Mas há muitos que, enquanto podem fazer algo, desperdiçam o tempo e as energias, sem nada produzirem para uma necessidade mais premente, para um dia em que só podem consumir.
    Filhos que não acarinham os pais, não partilham com eles o pouco que têm, não se recordam de quando deles dependiam completamente desde a mamada às roupas ao acalento.
    A vida não é de rosas para uma grande parte das pessoas, e a esmola não resolve a falta de afecto e até pode aviltar os sentimentos.
    Difícl a vida em geral, mas principalmente para alguns que, infelizmente, não são poucosmuitos.
    Beijos
    A. João Soares

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  5. Amiga Luísa,
    deixaste-me com o coração apertado e um nó na garganta ao ler este texto.
    Eu sei que infelizmente há muitas histórias de vida como esta. Muitos idosos com frio, fome, sede, completamente abandonados por aqueles que criaram com tanto amor e que fingem sempre que podem não os conhecer.
    Hoje estou revoltada, sinto-me impotente diante de tanta desumanidade.

    Beijinhos,
    Ana Martins

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  6. Felicia,
    esta mulher não lê, não viaja, não ouve música. Esta mulher apenas vê a falta de carinho, os percursos percorridos,as valsas sem sentido.
    Uma sofredora porque abandonada!

    Passatempo...
    vi o selo. Agradeço o afecto na dádiva.postei-o para retribuir.
    A mensagem arrepiou e a vivência fez com que o sono de perdesse e salgasse nas lágrimas correntes daquela mulher.

    A. João Soares,
    tanta coisa mal resolvida...tanta inércia na acção social.Ao fim-de-semana não trabalham.Estes seres carentes sabem que podem contar com o Estado (há sempre uma urgência hospitalar aberta que os deixa lá pernoitar)!
    Incompetência!
    Tudo se há-de compôr!Eu não consegui fazer nada...sinto-me impotente. E ainda sinto as lágrimas frias daquela senhora nas minhas mãos!

    Ana,
    se me conheço, hoje não vou dormir!Estou desolada com este caso que o tomei como meu por não ter conseguido fazer muito. A senhora optou por seguir caminho...A minha incomodidade já me quis levar à urgência do Hospital ver se ela lá está...
    Fiquei desolada!
    Segunda, logo pela manhã, estarei a "incomodar" as senhoras da Acção Social do Municipio. Vou ver o que poderão fazer. Amanhã, irei tomar café ao mesmo dos tertulianos da politica e ver qual deles abordar para tentar ajudar...Não vou parar!
    Beijinhos. bom fim-de-semana!

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  7. ¡Señor,en que mundo estamos!,triste y bella denuncia que no debe dejarnos indiferentes;un saludo de A.Dulac

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  8. Tanto andei, tanto andei, na tentativa de ajudar, que acabei por descobrir a miséria em que vive esta senhora.
    Primeiro, fui informada pelo serviço de acçãosocial do Municipio que o processo foi reencaminhado para a Segurança Social. Depois, como tomei deligencias durante o fim de semana, acabei por descobrir que mãe e filha se prostituem, na casa da aldeia onde vivem, sendo já alvo de todas as atenções por partes dos vizinhos.
    Fui também avisada para evitar abrir a porta, pois os assaltos proliferam com esquemas muito laboriosos.
    Neste momento, nem sei o que pensar...
    Precisarão de ajuda a que nível?
    Fica o testemunho! não abram as portas!

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Cheirinho cor de rosa, num canteiro regado de saudades!